Colares plane trees

Os plátanos de Colares são famosos porque formam o pituresco enquadramento verde da fachada da Adega Regional de Colares, em Sintra, ao longo da Estrada Nacional EN 375 vulgo Alameda Coronel Linhares de Lima ou Estrada do Banzão. São parte da indissociável da paisagem local e da memória da população.

A Adega de Colares é a mais antiga adega cooperativa do país. O seu imponente edifício foi construído em 1934, já depois da criação jurídico económica da Região Demarcada de Colares. Uma foto datada de 1937 mostra a Adega e as árvores já adultas, com um fuste livre mais alto que uma pessoa.

Em Dezembro de 2010 os plátanos estariam já perto de serem centenários quando foram reduzidos em cerca de um terço da sua altura, para que não pusessem em risco o edifício adjacente. Na altura era notória a falta de manutenção e as pernadas excessivamente longas apresentavam elevado risco de ruptura.

A redução do alinhamento foi acompanhada por mim para a Pragosa, no que foi a primeira intervenção no âmbito do contrato de conservação para a (à época) Estradas de Portugal e foi, como esperado, contestada. Na sessão de esclarecimento à população que foi feita antes do início dos trabalhos e onde se explicaram as razões técnicas a intervenção, o Prof Fabião (do Instituto Superior de Agronomia) acabou por exclamar “Pelo amor de Deus, podem as árvores porque estão perigosíssimas!”

Os trabalhos, começaram a 13 de Dezembro de 2010. No terreno esteve uma plataforma elevatória de 27m e uma equipa com alguns escaladores.

As fotos abaixo mostram o crescimento das árvores intervencionadas passados 4 anos e 9 anos.

2014

2019

Passados 10 anos sobre a nossa intervenção, penso que seria altura de fazer nova redução nestes plátanos. Os ramos que agora se vêm nas fotos são crescimentos com origem nos gomos epicórmicos que se desenvolveram depois da poda de correcção. Estes crescimentos têm fracas uniões aos ramos e um aumento de carga pode levar facilmente à sua ruptura.

Os plátanos da Adega de Colares foram finalmente classificados – e bem! – como de Interesse Público no Despacho n.º 1251/2020 constante no Diário da República n.º 19/2020, Série II de 28 de Janeiro de 2020. 

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